terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Como a psicologia do mercado faz variar os preços das ações


Muitas pessoas se perguntam sobre quais seriam os fatores que afetam as variações dos preços das ações em Bolsa de Valores. Evidentemente que os preços das ações são determinados pelo mercado, em função das ofertas dos vendedores e das demandas dos compradores. Mas, infelizmente, não há uma equação garantida que nos diga exatamente como o preço das ações se comportarão. Sabemos algumas coisas sobre as forças que movem os preços de uma ação para cima ou para baixo. 
As emoções e o estado mental de quem investe no mercado de ações são aspectos críticos para o sucesso. Afinal de contas, todos são seres humanos e os seres humanos são criaturas emocionais que às vezes negligenciam o conhecimento e a racionalidade que devem ser levadas em conta em um processo de tomada de decisão. No mundo da alta octanagem da negociação, as emoções, como medo, ganância e pânico podem ser acionadas rapidamente enquanto as variações de preços se movem entre ganhos e perdas. Psicologia de negociação não é preto ou branco.
Pelo menos, três categorias podem ser evidenciadas: fatores fundamentalistas, fatores técnicos e sentimento do mercado (a famosa psicologia do mercado).

Fatores Fundamentalitas

Em um mercado eficiente, os preços das ações seriam determinados principalmente por fundamentos (ou o desempenho financeiro das empresas), que, no nível básico, referem-se a uma combinação de duas coisas:
1. uma base de ganhos, como o  lucro por ação (LPA).
2. um  múltiplo de avaliação, como uma relação preço/luco (P/L).
O proprietário de uma ação tem direito sobre os ganhos e o lucro por ação (LPA) de uma empresa; é o retorno do proprietário sobre o investimento. Quando compramos uma ação, estamos comprando uma parcela proporcional de todo um fluxo futuro de ganhos da empresa. Essa é a razão do múltiplo de avaliação: é o preço que você está disposto a pagar pelo fluxo futuro de ganhos.
Parte desses ganhos podem ser distribuídos como dividendos, enquanto o restante será retido pela empresa (em seu nome), para reinvestimento. Podemos pensar no fluxo de ganhos futuros em função do nível atual de ganhos e do crescimento esperado nesta base de ganhos.

Fatores técnicos

Os fatores técnicos são a combinação de condições externas que alteram a oferta e a demanda das ações de uma empresa. Alguns deles afetam indiretamente os fundamentos. (Por exemplo, o crescimento econômico contribui indiretamente para o crescimento do lucro).
Dentre os fatores técnicos podem ser destacados os seguintes:
Inflação - A inflação aparece como uma contribuição para o múltiplo da avaliação, e é um grande fator influenciador, sob uma perspectiva técnica. A baixa inflação tem uma forte correlação inversa com os múltiplos de avaliação (baixa inflação impulsiona os múltiplos para cima e alta inflação impulsiona os múltiplos para baixo). A deflação, por outro lado, é geralmente ruim para ações, pois significa uma perda no poder dos preços para as empresas. 
Força econômica do mercado e dos pares - As ações de uma empresa tendem a se comparar com o mercado e com seus parceiros setoriais ou industriais. Algumas empresas de investimento argumentam que a combinação dos movimentos globais do mercado e do setor - em oposição ao desempenho individual de uma empresa - determinam a maioria do movimento dos preços das ações. (Há uma pesquisa que sugere que os fatores econômicos/do mercado representam 90% do movimento dos preços das ações). Por exemplo, uma perspectiva repentinamente negativa para uma ação do setor varejo muitas vezes prejudica outras ações deste setor, como uma "culpa por associação", que reduz a demanda por todo o setor.
Substitutos - As empresas competem por montantes de investimento com outras classes de ativos em um estágio global. Estes incluem títulos corporativos, títulos do governo, commodities, imóveis e ações estrangeiras. A relação entre a demanda por ações do Brasil e seus substitutos não é difícil de se identificar e desempenha um papel importante.
Transações incidentais - As transações incidentais são compras ou vendas de ações que são motivadas por algo diferente da crença no valor intrínseco da ação. Essas transações incluem transações internas à empresa, que geralmente são pré-agendadas ou conduzidas por objetivos de portfólio. Outro exemplo é o de uma instituição que compra ações para proteger algum outro investimento. Embora essas transações possam não representar fatores realistas para ou contra a ação, elas afetam a oferta e a demanda e, portanto, podem fazer variar os preços.
Demografia - Algumas pesquisas importantes foram feitas sobre a demografia dos investidores. Grande parte disso diz respeito a estas duas categorias:
1.   investidores de meia-idade, que têm salários altos, tendem a investir no mercado de ações
2.  investidores de idades mais avançadas tendem a vender parte de sua participação no mercado para atender demandas devido à de aposentadoria
A hipótese é que, quanto maior a proporção de investidores de meia idade entre a população investidora, maior a demanda por ações e maior os múltiplos de avaliação. 
Tendências - Muitas vezes, uma ação simplesmente se move de acordo com uma tendência de curto prazo. Por um lado, uma ação que está subindo pode ganhar impulso, pois "o sucesso gera sucesso" e as bandeiras de popularidade da ação sobem para valores mais altos. Por outro lado, uma ação às vezes se comporta de maneira oposta a uma tendência e faz o que é chamado de reverter para a média. Infelizmente, como as tendências mudam com frequência e são mais óbvias quando fazemos uma retrospectiva dos preços, saber quais ações estão "na moda" não nos ajuda a prever o futuro. (Nota: Tendências também podem ser classificadas como um sentimento do mercado).
A tendência tem sido uma grande aliada do investidor em ações, há muitos anos. Portanto, não deve ser contrariada, mas sim levada em conta com a devida cautela e expectativa.
Precisamos entender que não é possível controlar a Bolsa de Valores; é preciso se controlar (aqui é onde entram as finanças comportamentais, que serão abordadas mais adiante). Precisamos entender que em lugar de tentar controlar a Bolsa, é preciso se controlar. Se nadarmos contra a corrente (tendência), acabaremos por nos afogar (perdendo dinheiro). Quem nada contra a corrente (tendência) acaba se afogando (perdendo muito dinheiro).
Liquidez - A liquidez é um fator importante e às vezes pouco considerado. Refere-se à quantidade de interesse e atenção do investidor para com uma ação específica. A ação da Vale, por exemplo, é altamente líquida e, portanto, altamente suscetível às notícias relevantes; para uma empresa média, de pequena capitalização, isto é de menor consequência. O volume de negociação não é apenas um indicativo para a liquidez, mas também é função das comunicações corporativas (ou seja, o grau em que a empresa está recebendo atenção da comunidade de investidores). As ações de grandes empresas têm alta liquidez - elas são bem seguidas e muito negociadas. Muitas ações de empresas de pequena capitalização sofrem com um "desconto de liquidez" quase permanente, porque simplesmente não estão nas telas de radar dos investidores. 

A análise técnica utiliza um conjunto de gráficos e indicadores para identificar um bom momento de compra ou venda de ativos. É sempre considerado um padrão histórico no comportamento dos preços. Quem trabalha com fatores técnicos precisa levar em conta que deve: desligar-se de notícias; parar de ouvir conselhos de operadores, ou de amigos que "entendem" de Bolsa; e concentrar-se em sinais objetivos e mensuráveis, com a finalidade de procurar identificar: quando comprar uma determinada ação (a qual preço de entrada); quando vender esta ação (a qual preço de saída); qual é a perda máxima que está disposto a encarar, caso a operação dê errado; e qual o ganho mínimo que está disposto a considerar para não colocar seu investimento em risco.
É preciso saber de tudo isso antes de entrar em qualquer operação em Bolsa de Valores. Estes sete fatores técnicos estão apenas arranhando a superfície dos muitos fatores técnicos diferentes que podem ter um impacto no mercado.

Sentimento de mercado (A psicologia do mercado)

Quão importante é a psicologia durante uma aplicação em Bolsa? Digamos apenas que o estado psicológico dos investidores e do público em geral têm sido estudados longamente por teóricos comportamentais, economistas e pelos próprios investidores. Estes estudos produziram algumas importantes descobertas sobre o impacto negativo das emoções durante as negociações, e como investidores podem aprender a controlar as armadilhas que a mente lhes cobra tão caro no mercado. 
O sentimento do mercado refere-se à psicologia dos participantes do mercado, individual e coletivamente. Esta é talvez a categoria mais irritante porque sabemos que isso é crítico, mas estamos apenas começando a entender. O sentimento do mercado é muitas vezes subjetivo, tendencioso e obstinado. Por exemplo, você pode fazer um julgamento sólido sobre as perspectivas de crescimento futuro de uma ação, e o futuro pode até mesmo confirmar suas projeções, mas, entretanto, o mercado pode considerar de forma míope uma única notícia que mantém a ação com um valor artificialmente alto ou baixo. E às vezes você pode aguardar muito tempo na esperança de que outros investidores percebam os fundamentos. 
O sentimento do mercado está sendo explorado pelo campo relativamente novo das finanças comportamentais. Começa com o pressuposto de que os mercados aparentemente não são eficientes na maioria das vezes, e essa ineficiência pode ser explicada pela psicologia e outras ciências sociais. A ideia de aplicar a ciência social para a área financeira foi totalmente legitimada quando Daniel Kahneman, um psicólogo, ganhou o Prêmio Nobel de Economia de 2002 - ele foi o primeiro psicólogo a fazê-lo. Muitas das ideias em finanças comportamentais confirmam suspeitas observáveis: que os investidores tendem a enfatizar excessivamente os dados que são fáceis de pensar; que muitos investidores reagem com maior dor às perdas do que com prazer aos ganhos equivalentes; e que os investidores tendem a persistir em um erro.
Alguns investidores afirmam ser capazes de capitalizar a teoria das finanças comportamentais. Para a maioria, no entanto, o campo é novo o suficiente para entender como a categoria "captura nominal", onde tudo o que não podemos explicar está contido.

Conclusão

Diferentes tipos de investidores dependem de diferentes fatores. Investidores e negociadores de curto prazo tendem a incorporar e até mesmo priorizar os fatores técnicos. Os investidores de longo prazo priorizam os fundamentos e reconhecem que os fatores técnicos desempenham um papel importante. Os investidores que acreditam fortemente nos fundamentos podem conciliar-se com as forças técnicas com o seguinte argumento popular: os fatores técnicos e o sentimento do mercado muitas vezes dominam o curto prazo, mas os fundamentos definirão o preço das ações no longo prazo. Enquanto isso, podemos esperar desenvolvimentos mais interessantes na área de finanças comportamentais, uma vez que as teorias financeiras tradicionais não conseguem explicar tudo o que acontece no mercado.
Há que se considerar que quando usamos as ferramentas técnicas, o seu valor não pode ser exagerado. E cada vez que aplicarmos uma ferramenta de análise técnica, estaremos calculando um consenso de otimismo ou pessimismo entre todos os participantes do mercado. 

Referência para o texto: Investopedia.com

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Operando com uma ação que comunicou pagamento de proventos


Para ilustração será tomado como exemplo o caso do Banco Itaú S.A. que comunicou por meio de Fato Relevante divulgado no dia 05 de fevereiro do corrente ano, o seguinte: 
 "o Conselho de Administração, reunido em 5.2.2018, aprovou o pagamento, em 7.3.2018, dos seguintes proventos aos acionistas, tendo como base de cálculo a posição acionária final registrada no dia 15.2.2018:
a) dividendos no valor de R$ 0,1304 por ação, por conta do dividendo obrigatório do exercício de 2017, e dividendos complementares no valor de R$ 0,9638 por ação; e
b) juros sobre o capital próprio complementares do exercício de 2017, no valor de R$ 1,1488 por ação, com retenção de 15% de imposto de renda na fonte, resultando em juros líquidos de R$ 0,9765 por ação, excetuados dessa retenção os acionistas pessoas jurídicas comprovadamente imunes ou isentos." 
Pelo acima exposto, o valor total dos proventos a serem pagos pelo Banco Itaú alcança R$2,0707, líquidos de imposto de renda relativos à parcela dos juros sobre o capital próprio. Os acionistas que possuírem ações do Banco Itaú até a data limite de 15/02/2018, farão jus a este valor sob a forma de proventos (dividendos + juros sobre o capital próprio) e receberão este valor no dia 07/03/2018, conforme declarado. 
O que representa, na realidade, tal valor, pois o comprador de ações do Banco Itaú, em data anterior a 15/02/2018, investiu capital que espera ser remunerado adequadamente? Considerando que o investidor comprou as ações ao valor de R$51,20 e que os custos desta operação representam algo como 1% do valor investido. A esta altura o investimento por ação já alcança o valor de R$51,71. Em algum momento, a partir do dia 16/02/218, este investidor poderá liquidar sua posição, o que acarretará outros 1% de custo, levando o valor para R$52,23. Este será o custo total para o investidor.
Abordando a posição de liquidação do investidor, qual seria o valor mínimo para venda das ações? O ponto de equilíbrio para venda, já considerando os custos envolvidos, seria de R$50,15, ou seja, vendendo sua posição por este valor, o ganho do investidor seria nulo, já considerados os valores dos proventos. A partir deste valor, o investidor passará a ter lucro em sua operação. 
Outro ponto a considerar em operações deste tipo é o dividend yeld, ou seja, a remuneração que o investidor teria com aplicação numa operação deste tipo. Comprando ao valor de R$51,20 e com proventos de R$2,0707, o dividend yeld será de 4,0443%. Se considerarmos o prazo para pagamento dos proventos. No entanto, é preciso levar em conta que a partir do dia 16/02/2018, o valor da ação poderá cair para um valor descontado dos proventos. Caso a ação encerre o dia 15/02/2018 cotada em Bolsa aos mesmos R$51,20 pagos pelo investidor no ato da compra, o valor para a cotação de abertura no dia 16/02/2018, poderia ser de R$49,12. Conforme mencionado acima, o ponto de equilíbrio para venda da ação é de R$50,15. Assim, para qualquer valor de venda acima de R$51,15 acarretará uma remuneração extra para o investidor. 
Bons investimentos!

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Como os dividendos afetam os preços das ações


Dividendos podem afetar o preço das ações subjacentes em uma variedade de maneiras. Enquanto a história do dividendo de uma determinada ação desempenha um papel geral na sua popularidade, a declaração e pagamento de dividendos também tem um efeito específico e previsível sobre os preços de mercado.
É lógico que a possibilidade de criar renda de investimento recorrente incentiva os investidores a comprar e manter ações. Embora esta motivação possa parecer ser puramente econômica, as crenças subjacentes sobre a rentabilidade da empresa são de que os preços das ações sofrem mais impacto. Para entender como os dividendos afetam positivamente o pensamento dos investidores, é importante, em primeiro lugar, entender a mecânica do mercado de ações e o básico de como os dividendos trabalham.
A psicologia do mercado
O mercado de ações é o resultado coletivo das decisões de milhões de investidores. Embora os preços das ações se comportem com base no valor da companhia emissora, as flutuações no mercado de ações são, em grande parte ditada pela psicologia humana. Se um investidor acredita que o futuro é brilhante para uma determinada empresa, ele deve querer investir o mais cedo possível para colher o máximo de lucro. Se muitos investidores se comportam da mesma forma, o aumento dos investimentos impulsiona o preço das ações para cima, cumprindo assim a previsão do investidor. Por outro lado, se os acionistas (investidores) acreditam que uma ação está prestes a dar um mergulho, eles vendem as ações rapidamente para evitar perdas.
Se muitos acionistas compram ou vendem praticamente ao mesmo tempo, outros investidores começam a pensar que eles perderam alguma informação crucial neste período de tempo. Especialmente entre investidores de varejo (indivíduos), o pressuposto de base é geralmente que os outros sabem mais do que eles; então eles seguem a manada. Esta mentalidade muitas vezes resulta em que investidores anteriormente neutros, de repente entram na briga para evitar perder os lucros ou incorrer em perdas, agravando ainda mais o efeito.
Essencialmente, quando a opinião coletiva dos investidores é positiva, os preços das ações sobem. Quando o consenso geral é menos do que otimista, os preços caem. Apesar da natureza aparentemente complexa do mercado, a maior atividade realmente se resume ao efeito cumulativo de investidores tentando prever o que seus colegas estão pensando. Basicamente, é tudo um grande jogo de adivinhação com consequências financeiras, nada é trivial.
Como os dividendos trabalham
Para os investidores, dividendos servem como uma fonte popular de renda para o seu investimento. Para a companhia emissora, eles são uma forma de redistribuir os lucros aos acionistas como uma maneira de agradecê-los por seu apoio e para incentivar o investimento adicional. Os dividendos também servem como um anúncio do sucesso da empresa. Como os dividendos são emitidos a partir dos lucros acumulados de uma empresa, apenas as empresas que são substancialmente rentáveis pagam dividendos de forma consistente. Embora algumas empresas possam pagar dividendos para criar a ilusão de rentabilidade, esta é a exceção e não a regra.
Os dividendos são geralmente pagos em dinheiro, mas eles também podem ser emitidos na forma de ações adicionais ao volume já existente. Em ambos os casos, o valor que cada investidor recebe é dependente de suas participações acionárias atuais.
Se uma empresa tem 1 milhão de ações em circulação e declara um dividendo de 50 centavos, um investidor com 100 ações recebe R$ 50 e a empresa paga um total de R$ 500.000. Se em vez disso a empresa emite uma bonificação de 10%, o mesmo investidor recebe 10 ações adicionais, e a empresa distribui 100.000 novas ações no total.
Quando um dividendo é pago, o valor total é deduzido dos lucros acumulados de uma empresa. "Lucros acumulados" referem-se ao montante total do lucro que uma empresa acumulou ao longo do tempo, e que não tenha sido utilizado para outros fins. Essencialmente, é a quantidade de dinheiro que uma empresa tem em conta (caixa), que ela pode usar para pagar dividendos ou realizar projetos de crescimento.
O efeito da psicologia do dividendo
Ações que pagam dividendos consistentes são populares entre os investidores. Apesar de, em algumas empresas, os dividendos para ações ordinárias não serem regularmente idênticos aos das ações preferenciais, muitas empresas se orgulham de recompensar generosamente os acionistas com dividendos consistentes - e, por vezes, aumentando os dividendos a cada ano. As empresas que fazem isso são percebidas como financeiramente estáveis, e aptas para fazer bons investimentos - especialmente para comprar ações e manter os investidores que são mais susceptíveis de se beneficiar dos pagamentos de dividendos.
Quando as empresas exibem histórias de dividendos consistentes, elas se tornam mais atraentes para os investidores. À medida que mais investidores compram para aproveitar este benefício de propriedade de ações, o preço das ações aumenta naturalmente, reforçando a crença de que a ação está forte. Se uma empresa anuncia um dividendo mais elevado do que o normal, o sentimento público tende a subir.
Por outro lado, quando uma empresa que tradicionalmente paga dividendos emite um dividendo menor do que o normal, ou nenhum dividendo, isto pode ser interpretado como um sinal de que a empresa tenha caído em tempos difíceis. A verdade pode ser que os lucros da companhia estejam sendo usados ​​para outros fins - como a expansão do financiamento - mas a percepção da situação do mercado é sempre mais poderosa do que a verdade. Muitas empresas trabalham duro para pagar dividendos consistentes para evitar que os investidores fiquem assustados, e que possam ver um dividendo não pago, como um pressentimento ruim.
O efeito da declaração de dividendo e a distribuição
Antes de um dividendo ser distribuído, a companhia emissora deve primeiro declarar o valor do dividendo e a data em que será pago. Ela também anuncia a última data em que ações podem ser comprados para receber o dividendo, sendo a data seguinte a chamada data ex-dividendo. Esta data é geralmente dois dias úteis antes da data de registro, que é a data em que a empresa revê sua lista de acionistas.
A declaração de um dividendo naturalmente incentiva os investidores a comprar ações. Como os investidores sabem que vão receber um dividendo se comprar a ação antes da data ex-dividendo, eles estão dispostos a pagar um prêmio. Isso faz com que o preço das ações aumente nos dias que antecederam a data ex-dividendo. Em geral, o aumento é aproximadamente igual ao valor do dividendo, mas a real mudança de preço é baseada na atividade do mercado e não determinada por qualquer entidade governamental.
Na data ex-dividendo, a troca reduz o preço das ações pelo montante do dividendo e conta para o fato de que os novos investidores não são elegíveis para receber dividendos e estão, portanto, dispostos a pagar um prêmio. No entanto, se o mercado está particularmente otimista sobre as ações que antecederam a data ex-dividendo, o aumento de preço pode ser maior que o valor do dividendo real, resultando em um aumento líquido apesar da redução automática. Se o dividendo é pequeno, a redução pode até passar despercebida para antes como depois da negociação normal.
Muitas pessoas investem em determinadas ações, em determinados momentos, unicamente com a finalidade de coletar o pagamento de dividendos. Alguns investidores compram ações pouco antes da data ex-dividendo e depois as vendem novamente após a data de registro - uma tática que pode resultar em um lucro interessante, se for feito corretamente.
Uma nota sobre dividendos sob a forma de bonificações
Apesar de bonificações em ações não resultarem em qualquer aumento real de valor para os investidores no momento da emissão, eles têm um efeito sobre o preço das ações semelhante ao de dividendos em dinheiro. Após a declaração de uma bonificação, o preço da ação muitas vezes aumenta. No entanto, como uma bonificação aumenta o número de ações em circulação, enquanto o valor da empresa permanece estável, dilui o valor contábil por ação, e o preço das ações é reduzida em conformidade.
Tal como acontece com os dividendos em dinheiro, menores dividendos em bonificações podem facilmente passar despercebidos. A bonificação de 2% paga em ações negociadas a R$200,00 faz com que o preço caia para R$196,00, uma redução que poderia facilmente ser o resultado de negociação normal. No entanto, uma bonificação de 35% faria o preço cair para R$140,00 por ação, o que é muito difícil de desconsiderar.

Referência: Investopedia.com

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

A importância da diversificação para seus invstimentos


A diversificação é uma técnica que reduz o risco através da atribuição de investimentos entre os vários instrumentos financeiros, indústrias e outras categorias. Ela visa maximizar o retorno através do investimento em diferentes áreas pois cada uma reage de forma diferente para o mesmo evento. 
A maioria dos profissionais de investimento concorda que, apesar de não garantir contra perda, a diversificação é o componente mais importante para alcançar objetivos financeiros no longo prazo, minimizando o risco. Aqui, será abordado porque isso é verdade e como realizar a diversificação na sua carteira de investimentos. 

Diferentes tipos de risco 
Os investidores enfrentam dois tipos principais de risco ao investir: 
- Sem diversificação - Também conhecido como "sistemático" ou "risco de mercado", o risco sem diversificação está associado com cada empresa. As causas mais comuns são coisas como taxas de inflação, taxas de câmbio, instabilidade política, guerra e as taxas de juros. Estes tipos de risco não são específicos para uma empresa ou indústria em particular, e não podem ser eliminados ou reduzidos através da diversificação; são apenas riscos que os investidores devem aceitar. 
- Com diversificação - Esse risco também é conhecido como "risco não sistemático", e ele é específico para uma empresa, indústria, mercado, economia, ou país; ele pode ser reduzido através da diversificação. As fontes mais comuns de risco não sistemático são o risco de negócios e o risco financeiro. Assim, o objetivo deve ser investir em vários ativos para que eles não sejam todos afetados da mesma forma pelos eventos de mercado. 

Por que você deve diversificar 
Vamos dizer que você tem uma carteira com apenas ações de companhias aéreas. Se for anunciado publicamente que os pilotos de avião entrarão em greve por tempo indeterminado, e que todos os voos serão cancelados, os preços das ações de empresas aéreas deverão cair. Seu portfólio experimentará uma queda no valor. 
Se, entretanto, você distribuísse suas ações entre a indústria de empresas aéreas, com algumas ações de empresas ferroviárias, por exemplo, apenas uma parte da sua carteira seria afetada. Na verdade, há uma boa chance de que os preços das ações de empresas ferroviárias subam, com os passageiros fazendo suas viagens por trens como uma forma alternativa de transporte. 
Mas, você pode diversificar ainda mais porque há muitos riscos que afetam tanto as empresas de transporte ferroviário, como as empresas de transporte aéreo, porque cada uma está envolvida com transporte. Um evento que reduz qualquer forma de viagem atinge ambos os tipos de empresas. Os estatísticos, por exemplo, diriam que as ações dos setores ferroviário e aéreo têm uma forte correlação. 
Portanto, se você quiser diversificar, pense não só em diferentes tipos de empresas, mas também diferentes tipos de indústrias. Quanto mais correlacionadas suas ações deixarem de ser, melhor.
Também é importante que você diversifique entre diferentes classes de ativos. Diferentes ativos - como títulos, fundos e ações - não vão reagir da mesma forma a eventos adversos. Uma combinação de classes de ativos irá reduzir a sensibilidade de seu portfólio às oscilações dos mercados. Geralmente, títulos, fundos e mercados de ações se movem em direções opostas, por isso, se sua carteira é diversificada através destas áreas, movimentos desagradáveis em um serão compensados por resultados agradáveis em outro. 
Existem outros tipos de diversificação, e muitos produtos de investimento foram criados para acomodar os níveis de tolerância ao risco dos investidores. No entanto, estes produtos podem ser muito complicados e não são destinados a iniciantes ou pequenos investidores. Para aqueles que têm menos experiência em investimentos, e não têm o apoio financeiro para entrar nesta competição, os títulos, ou fundos, são a forma mais popular de diversificar contra o mercado de ações. 
Infelizmente, mesmo a melhor análise de uma empresa e suas demonstrações financeiras não podem garantir que ela não vai ser um investimento de risco. A diversificação não vai impedir uma perda, mas pode reduzir o impacto da fraude e má informação em seu portfólio. 

Quantas ações você deve ter 
Obviamente, possuir ações de cinco empresas é melhor do que possuir de uma só, mas chega um ponto no qual a adição de mais ações para sua carteira deixa de fazer a diferença. Há um debate evidente sobre quantas ações são necessárias para reduzir o risco, mantendo um alto retorno. 
A visão mais convencional argumenta que um investidor pode alcançar a diversificação ideal com apenas 15 a 20 ações de empresas diferentes distribuídas por várias indústrias. 

Conclusão 
A diversificação pode ajudar um investidor a gerenciar riscos e reduzir a volatilidade dos movimentos de preços de um ativo. Lembre-se, no entanto, que não importa o quão diversificada sua carteira é; o risco nunca pode ser completamente eliminada. Você pode reduzir o risco associado com ações individuais, mas os riscos gerais do mercado afetam quase todas as ações, e por isso também é importante diversificar entre diferentes classes de ativos. A chave é encontrar um meio termo entre risco e retorno; isso garante que você possa atingir seus objetivos financeiros e ainda obter uma boa noite de sono.

Referência: Investopedia.com

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

O que é um dividendo de ações?


No post de hoje é abordado o assunto dividendos para ações negociadas em Bolsa de Valores, também conhecido como proventos. 
Ações que pagam dividendos têm sido minhas preferidas ao longo dos últimos anos. Vale ressaltar que faço este tipo de aplicação com o objetivo de remunerar meu capital com taxas que sejam superiores àquelas de uma aplicação em fundos de renda fixa, CDB, ou outras aplicações assemelhadas, pois estes, sob a minha ótica, apresentam algumas desvantagens que deverão sempre ser consideradas, a saber: taxas de administração elevadas para baixos valores aplicados; imposto de renda na fonte antecipado a cada seis meses de aplicação (o famoso “come cotas”); imposto de renda quando do resgate de qualquer valor. Acresça-se a estes a poupança, que embora não tenha taxa de administração, nem imposto de renda, está limitada a baixas remunerações próprias deste tipo de aplicação.
Mas afinal de contas, o que é um dividendo? Um dividendo nada mais é do que uma distribuição de parte dos lucros de uma empresa, decididos pelo conselho de administração, pagos a seus acionistas. Os dividendos podem ser emitidos tanto como pagamentos em dinheiro, como em ações (bonificações). Uma forma de remuneração aos acionistas que também deve ser considerada é o pagamento de juros sobre capital. Esta forma de remuneração está sujeita a retenção de imposto de renda na fonte à uma alíquota de 15% (quinze por cento), enquanto os dividendos (em dinheiro ou bonificações) são isentos de imposto de renda. 
Após os acionistas e o conselho de administração aprovarem o pagamento de dividendos, a empresa anuncia tal fato por meio de um Aviso aos Acionistas, que inclui quatro pontos importantes: o período ao qual o pagamento diz respeito; o valor a ser pago por ação; a data a partir da qual a ação será negociada em Bolsa de Valores sem os dividendos (ex-dividendos, ou ex-proventos) e a data de pagamento prevista. 
O conselho de administração de uma empresa pode optar por emitir dividendos para diversos prazos e taxas de pagamento. Algumas empresas pagam dividendos mensais e outras pagam uma ou duas vezes por ano. Segundo a legislação brasileira as empresas negociadas em Bolsa de Valores estão obrigadas, por Lei, a remunerar seus acionistas em, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido do exercício. Existem empresas que fazem projeções de seu lucro e antecipam dividendos ao longo do ano, embora isto não seja uma regra no mercado. 
O lucro líquido de uma empresa é um fator importante na determinação de um dividendo e ele pode ser alocado aos acionistas por meio de dividendos, ou mantidos dentro da empresa como lucros acumulados para investimentos futuros na sua operação. A empresa pode optar por utilizar o lucro líquido para recomprar suas próprias ações no mercado aberto sob a forma de recompra de ações. Dividendos e recompra de ações não mudam o valor fundamental das ações de uma empresa. 
Uma boa forma para avaliar o montante distribuído como dividendo por uma empresa é a avaliação do chamado dividend-yield, representado pelo percentual que mede o dividendo em relação ao preço de mercado atual para a ação. A taxa de dividendos também pode ser citada em termos de quantidade de reais que cada ação oferece (dividendos por ação). 
Há que se levar em consideração que a partir da data em que a ação passa a ser negociada ex-proventos (ex-dividendos), o preço da ação negociada em Bolsa de Valores normalmente é inferior ao preço anterior, em virtude do desconto do valor dos proventos. Isto não significa dizer que a ação se desvalorizou, pois o acionista mantém sua ação com o novo valor, acrescido do valor dos proventos já garantidos. 
Para melhor entender, digamos que uma ação era negociada em Bolsa no fechamento das operações do dia anterior ao dia ex-proventos, a R$ 10,00 e pagará proventos de R$ 1,00. Assim, no dia em que passar a ser negociada ex-proventos, a abertura das operações deverá indicar um valor de R$ 9,00, que somados ao valor dos proventos (R$ 1,00), manterá os mesmos R$ 10,00 para o valor da aplicação. 
Deve ser levado em conta que, normalmente, o valor dos proventos não é pago no dia em que a ação passa a ser negociada ex-proventos. Portanto, é importante prestar atenção a este ponto para que o aplicador não venha a amargar prejuízo, por falta de atenção às datas envolvidas. Caso a ação não venha a se valorizar, o capital inicial aplicado será o mesmo. Existem casos em que já no dia de negociação ex-proventos a ação é negociada em Bolsa com valorização em relação ao preço com desconto dos proventos. Isto significa a confiança dos investidores na empresa.
Em próximo post serão apresentadas maiores informações sobre dividendos e avaliações associadas.